Carioca Travelando checking in habibti…
Quando digo que estou há mais de meia década (isso tudo mesmo, passou rápido demais), morando no Oriente Médio, uma das primeiras perguntas que me fazem é: “e você fala árabe?” Não, eu ainda não falo árabe. Digo ainda não, porque quem sabe, né? Vai que um dia eu me dedico e o árabe sai? Mas, Carioca Travelando, será que vale a pena mesmo aprender árabe morando no Oriente Médio?
Em todos os países árabes que vivi por aqui (Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e agora Qatar – sim, novidades por aqui em breve), além do árabe, o inglês é o idioma mais falado. Claro que eu entendo que falar árabe ajuda muuuuito nessa região, nas mais diversas situações do dia a dia, inclusive no aspecto profissional. Mas é fato que os países do Oriente Médio já estão tão acostumados com os estrangeiros por aqui há tantas décadas, que o inglês acabou sendo naturalmente o segundo idioma.
Eu tenho uma vizinha de infância, lá no subúrbio do Rio que sempre gostou da cultura árabe. Lembro que ainda na adolescência, a Giselle fazia aulas de dança do ventre, enquanto eu nem nos meus mais longínquos sonhos, imaginava um dia que os meus filhos fossem nascer por aqui – quem diria imaginar um dia morar na região. Pois bem, o interesse da Giselle pela cultura e pelo idioma árabe era tão grande que ela acabou estudando a fundo a língua. Hoje ela é professora de árabe, formada pela UFRJ e inclusive passou uma temporada no Marrocos estudando para a sua especialização.
O que eu quero dizer com toda essa história da minha vizinha? Que o Árabe é uma língua difícil comparada ao nosso Português (pelo pouco que conheço), mas claro, não é impossível de aprender. No caso dessa minha vizinha, ela tinha o principal: uma paixão inexplicável pelo idioma, cultura, logo a vontade de aprender. E devido a essa simpatia genuína pela cultura, o aprendizado da língua, mesmo não tendo nenhuma necessidade aparente (como por exemplo, família, trabalho, casamento e etc.), foi sem dúvidas muito mais fácil pra ela.
“Mas Carioca Travelando, como você faz todos esses anos falando só inglês por aí?” Oxeeeeeeee (como diria minha amiga Pernambucana), eu além de falar o inglês que como eu disse, é a segunda língua nessa região, aprendi o básico para pelo menos começar uma conversa e já arrancar pelo menos um sorriso. Expressões básicas como “Oi”, “Bom Dia”, “Tudo bem”, “Obrigada”, fazem um milagre maior do que possa imaginar – e eu aproveito e digo com o maior orgulho. O árabe é um idioma sonoro – eu sei falar, mas não me pede pra escrever, viu? Mesmo que depois do meu “árabe abre-alas” eu engate logo em seguida o inglês, a conversa com certeza, já começa muito mais simpática e positiva. Afinal, os árabes vêem o meu esforço monumental para falar o idioma deles. E vou te contar, esse simples gesto já me abriu muitas portas. Não é uma delícia ouvir um estrangeiro começar uma conversa conosco na nossa casa, no Brasil, falando o nosso “Bom Dia”, mesmo que quebradão, cheio de sotaque? Então, a sensação é a mesma por aqui.
Agora respondendo a pergunta que não quer calar: vale a pena aprender árabe? Claro que vale e vale muito. O árabe é o quinto idioma mais falado do mundo, seguido pelo nosso queridinho português. Aprender árabe requer muita dedicação e força de vontade. Mas a dica de aprender árabe só vale se você já domina o inglês (domine o inglês!). Caso contrário, minha sugestão por experiência é focar primeiro no inglês, ficar fera no idioma para só depois aprender o árabe, ou qualquer outro idioma.
E aí, tá pronta (o) para começar os seus estudos? Yalla! Assim como a minha vizinha de infância, você também adora a cultura árabe? Ou está assim como eu, por essa região, com a sua família? Me acompanhe também pelas Redes Sociais (Instagram, Facebook, Twitter, Pinterest, Snapchat…), para ficar por dentro de tudo o que acontece por aqui e por esse mundão a fora.
Carioca Travelando checking out… Shukran ;)
By Carla F.
Fotos By Carla F. & Vidal Ferreira Photography
Joao says
Espero um dia conhecer melhor o Oriente Médio. Conheço somente a Turquia e gostei muito. Morei 6 meses c Turcos na Alemanha e, assim como árabe, achei A língua turca muito difícil (não sei das duas qual é mais). Enfim, convivendo com tantas pessoas esse tempo que morei fora, eu, sinceramente, não consigo concordar uma vírgula com o pessoal que fala que o Português é a língua mais difícil do mundo, não consigo. Sei que eu fui alfabetizado em Portugues, mas quem fala isso normalmente só compara com o Inglês e o Espanhol. Húngaro, Grego, Turco, Árabe, Russo, Chinês, Japones são claramente mais difíceis que o Português.
Carioca Travelando says
hahahahahaha boa Joao, verdade! Aprender árabe, japones, grego ou russo por exemplo, deve ser um grande desafio mesmo. Muito obrigada pela sua visita e volte sempre! Um grande abraço, Carla
Melissa Gaiva says
Eu melhorei muito meu básico em Árabe de casa, professores para conversação online, tudo pela internet. Pra quem estiver interessado: https://preply.com/pt/skype/professores-conversacao-em-arabe
Carioca Travelando says
Bom saber Melissa! Obrigada pela dica. Um grande abraço :)
Jessica says
Incrivel tudo isso espero um dia sair do Brasil para poder conhecer muitas coisas, posta sobre as comidas árabes seria interessante também.
Ricardo says
O maior problema do idioma árabe hoje em dia acredito que é o preconceito, na escola dos meus filhos por exemplo tem uma família de árabes, falam bem o português mas com frequência estão conversando em árabe com os filhos quando vão pegá-los na saída e dá pra perceber a cara feia de algumas pessoas ao redor…
Mudando de assunto, Carla na sua terceira foto você está na Fortaleza de Petra ? Se sim o acesso para chegar lá realmente é difícil por caminhos estreitos como comentam por aí ?
Carioca Travelando says
Oi Ricardo, obrigada pelo seu comentário. Isso, a terceira foto é de Petra sim. Já passou da hora de escrever uma série de posts completinhos sobre a Jordânia. Do mar morto para Petra levamos 3 horas de carro para ir e 3 horas pra voltar. O caminho é incrível e tem paisagens lindíssimas, vale muito a pena. Vou escrever os posts pra você com as dicas aqui. Um abraço!
França says
Amiga, vc eh show mesmo…, como sempre tudo perfeito em cada materia que vc escreve…
Parabens por tudo…, vc sabe que vcs merecem sempre o melhor…
E aqui vai meu cumprimento com um carinho e amor ENORME que tenho Por vc e sua familia: Oxeeeeeeeeeee….
Carioca Travelando says
Minha amiga que eu adoro, que saudade desse Oxeeeeeeeee. Um chêro nessa sua gatinha! :)
Renata says
Oi Carla!! Vc não sabe, mad adoro te acompanhar no Instagram e ver as novidades por aqui. Namoro um Saudita há dois anos (conheci nos EUA) e desde então tenho muita curiosidade sobre tudo do oriente médio, rs. Gostaria de saber mais coisas sobre como foi sua vida na Arábia Saudita, já li vários posts seu, mas sempre fico com gostinho de quero mais. Me responde uma pergunta? A mulher é realmente submissa? Vejo algumas notícias como por exemplo “mulher é estuprada e leva 100 chibatadas” (Pq aparentemente a culpa é dela). Meu namorado diz que algumas dessas notícias não são verdadeiras. Mas gostaria de saber de vc. A cultura é realmente machista a tal ponto?
Parabéns pelo blog!! Adoro vc!!
Bjoss
Carioca Travelando says
Oi Renata, que bom que você curte e acompanha o Carioca Travelando. Escrevo o blog com carinho pensando em pessoas como você. :)
Quanto ao país, pelas evidências fica claro que é uma cultura que favorece aos homens. Por exemplo, as mulheres não podem dirigir, não podem ter imóveis em seus nomes, precisam de autorização para viajar, para trabalhar, entre outros. São muitas as histórias com o final triste, mas entre muitas delas conheço uma brasileira casada com um Saudita há mais de 20 anos e eles vivem muito bem. Mas claro, tudo depende da família, não se pode generalizar em nada.
No que eu puder ajudar, me escreva por email. Muito obrigada e um beijo grande :)
Franca says
Oi Carlinha, posso complementar um pouquinho seus comentarios?
A submissao existe sim, como vc sempre explicou, exemplificou… em varios posts.
No periodo que morei la conheci e convivi e tenho amizade ate hoje com uma mulher arabe que tem um relacionamento familiar super tranquilo, bem como uma das nossas professoras de ingles (Mae Americana e pai saudita), casada com Arabe, tambem leva uma vida super normal…
Frequentava inclusive a casa de ambas que mantem as tradicoes da cultura (sala dos homes separadas das mulheres por exemplo), mas todos num clima e convivio bem normal, inclusive com os filhos, que neste caso sempre estudaram fora da arabia…
Vale salientar que devido ser uma cultura, para elas tudo eh natural, ja nasceram assim…,
Muitos sauditas tem a oportunidade de estudar fora do pais, o que faz os mesmos terem uma mente mais “ocidentalizada” e com isso as filhas tambem tem a mesma oportunidade e assim Por diante…
Logico que existem casos extremos, assim como em todo lugar do mundo…, infelizmente existem pessoas ruins que usam ate a religiao para fazer o mal…
Tambem curto pra caramba as explicacoes sempre Tao claras da Carlinha mostrando um pouquinho dessa cultura tao complexa e que muitas vezes assusta, mas eu particularmente sou apaixonada pelo Oriente Medio… Saudades…
Com certeza aprenderemos sempre mais com as postagens da Carlinha… Sou suspeita, mas ela arrasa sempre com seu jeito altamente profissional de preparar cada detalhe para nos… Bjs
Thaty Richter says
Oi Carla, sou uma “paulistoca” (paulista com carioca) que mora no rio a vida toda, com os filhos Teresopolitanos, de mudança para os Emirados Árabes em meados de novembro. Adoro o carioca travelando e sempre acompanho seu blog! Suas aventuras! Um bjs nos meninos e outro pra ti!
Carioca Travelando says
Oi Thaty, QUE CARINHO, muito obrigada! Adorei o “paulistoca” hahahaha
Me escreve no cariocatravelando@gmail.com se eu puder te ajudar com alguma coisa nos Emirados. Depois da mudança feita, quando eu estiver por aí, vamos combinar um café. Um beijo grande :)