Olá Viajantes! Carioca Travelando checking in :)
E você que pensava que na Arábia Saudita não tinha turismo…
Se você não mora na Arábia Saudita e quer visitar como turista, as oportunidades são raras. Entretanto, o governo vem aos poucos abrindo as portas para o investimento em turismo, conhecido como recreativo no país. Lembrando que o turismo religioso para os muçulmanos visitarem os locais sagrados, já traz milhares de peregrinos durante o ano (principalmente durante o Ramadan, mês sagrado para o Islã), e é extremamente divulgado a nível global. Mas se você assim como poucos, mora aqui nas Arábias, está aqui a trabalho, vai fazer sua peregrinação religiosa, ou simplesmente tem curiosidade de conhecer um pouco mais do que o país, berço do Islã, tem a oferecer – você está no post certo.
A Arábia Saudita tem muito mais a oferecer do que deserto, areia e palmeiras. Hoje vou contar como foi a nossa aventura visitando um lugar com tradição milenar, palco de contos misteriosos e de exuberante beleza natural, a pequena cidade histórica chamada Al-Ula e Mada’in Saleh (ou também conhecida como Al-Hijr).
Por ser um lugar, digamos bem diferente para se visitar à turismo, fizemos toda a organização da logística com a agência de viagens Amazing Tours. E já adianto que, surpreendentemente o nome da agência faz jus a qualidade do serviço que tivemos: toda a nossa viagem foi maravilhosa, tudo muito bem planejado, com muito cuidado (e vale ressaltar que não estou ganhando nada com isso, viu?).
Como chegar
Nós saímos do aeroporto de Damman, ainda de madrugada, com o vôo de 1 hora para Medina. Chegando em Medina por volta das 8 da manhã, fomos recebidos pelo nosso guia, bastante sorridente por sinal, que nos encaminhou ao ônibus que nos levaria até Al-Ula, que fica há mais ou menos 370 km do aeroporto de Medina. Dali, sabíamos que tínhamos muita estrada para cobrir …
Já dentro do ônibus, com todo conforto (ar condicionado, banheiro), tínhamos a nossa disposição, lanchinhos, água, chá, café árabe… tudo para fazer com o que as quase 4 horas de estrada fossem as mais agradáveis possíveis (e foram!). A paisagem que mudava constantemente, com inesperadas montanhas no deserto plano, pequenas cidadelas, vilas e bandos de camelos e carneiros espalhados pelo deserto.
Apesar de “Haram” significar proibido em árabe, a palavra também tem outros significados. Por exemplo, nesse caso da indicação acima quer dizer: “Inicio da área santa”, ou “início da área que se deve respeitar”. Interessante, né? :)
Rocha do Elefante (Sakhrat Alfeil’s Mountain)
Nossa primeira parada, antes do hotel, foi para conhecer a Elephant’s Rock (Rocha do Elefante), ou Sakhrat Alfeil’s Mountain, como é conhecida pelos locais. Uma monumental formação rochosa que impressiona por sua grandiosidade e a aparente semelhança com um elefante. A monumental atração, era única com mais nada ao seu redor – digo nada, no mais integral sentido da palavra – tipo no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho… ;)
Não subimos ao topo, mas fiquei pensando que a vista lá do alto deveria ser sensacional – mais para frente descobri que estava certa. A paisagem, as cores ao redor da Rocha Elefante eram simplesmente incríveis.
Hotel Al-Ula
Chegando na cidade fomos direto para o hotel, fazer o check-in e parada para almoço por lá mesmo. O hotel (que se diz 3 estrelas), era bem simples e tinha o básico para uma noite de hospedagem: cama, chuveiro, televisão, internet wifi (a conexão não era lá essas coisas….). Como esperado, no mais simples estilo árabe, mas com bastante personalidade.
Porém, como não somos, digamos frescos – ficamos tranquilos por lá. Também não vi nenhum outro hotel durante nossa estadia na região, e para os padrões daquele específico lugar, “does the job”, ou seja foi o suficiente. Afinal, estávamos no meio do deserto a mais de 350km da cidade mais próxima: ou era esse hotel ou uma tenda.
O plano era sair do hotel por volta das 15h para visitarmos a famosa mas infame Mada’in Saleh.
Al-Ula – Um pouquinho de história
Al-Ula ganhou reputação global como um dos lugares históricos mais marcantes na região, devido a existência de Mada’in Saleh. Os muçulmanos acreditam que a cidade, que tem mais de 2,000 anos, já foi habitada pelo povo de Thamud, que são mencionados no Alcorão (livro sagrado do Islã). O nome “Al-Hijr” também é mencionado no Alcorão.
Durante toda a história do Oriente Médio, Al-Ula fez parte de uma rota comercial que recebia caravanas de diversas partes do Sul da África, Ásia e da Península Arábica. Essas caravanas levavam diversos tipos de mercadorias, como perfumes, especiarias e incenso – era parte da famosa rota do frankincense. Também nos tempos mais antigos, Al-Ula foi dominada por quatro diferentes civilizações: os Didan, Lihyan, Mu’een, e os Nabateans.
A verdade é que a aventura foi cheia de maravilhosas surpresas, e tem muito mais para contar. No próximo post compartilho mais sobre Al-Ula e Mada’in Saleh, com detalhes de nossa ida às cidades “tumbas” – aonde me senti uma verdadeira Indiana Jones; a agradável surpresa conhecendo o museu da estação de trem Ottoman e um típico jantar árabe num pedacinho vital da história dos mundo moderno.
Até breve… Checking out :)
By Carla F.
Fotos by Vidal F.
Carol says
Adorei o post Carlinha, voce esta desmistificando e mostrando Saudi de uma forma muito especial. :)