Cannes – Glamour e Arte na Riviera Francesa

Alô Alô Viajantes,

Corre e arruma as malas – entre os dias 14 a 25 de Maio de 2014, acontece o 67° Festival de Cannes, o mais famoso festival de cinema do mundo. Você com certeza já ouviu falar sobre o evento, que é reservado para os profissionais da indústria cinematográfica. Nós, “simples mortais”, ficamos mesmo é babando com as novidades do mundo do cinema – sem contar com as celebridades que passam pelo tapete vermelho causando aquele frisson com a imprensa e os fãs.

Uma visita à Cannes pode se transformar em um grande acontecimento, ainda mais se a sua viagem for durante o Festival. Já pensou esbarrar com o seu artista de Hollywood favorito por lá? Super Cannes ou La Californie são os bairros mais badalados pelos famosos. Mas todo o glamour tem seu preço: dizem por exemplo que o ator Clint Eastwood aluga uma casa para passar a noite, quando visita durante o festival de cinema por € 7.000 euros. Já pensou?

Hollywood não é o único lugar que você encontra uma calçada com impressões das mãos das estrelas do cinema global. As centenas de milhares de pessoas que visitam esse cantinho francês todos os anos, também podem apreciar a versão francesa da calçada da fama. Cannes era originalmente um resort de inverno para os ingleses da alta sociedade. A própria Rainha Vitória, após a morte de seu filho, o príncipe Leopold, passou quatro dias na cidade em luto.

Tive a oportunidade de conhecer Cannes bem no ponto alto das férias de verão em meados de Agosto. Viajei por toda a Riviera Francesa de carro, partindo de Barcelona e fazendo nossa última parada em Cannes. A cidade estava absurdamente lotada de turistas e franceses querendo aproveitar cada segundo do precioso verão europeu. E olha que não era Maio, mês do festival de cinema, em que a cidade costuma ficar super cheia.

Mas, vamos direto ao assunto: o que Cannes tem a oferecer? Onde você deve ficar e o que deve fazer?

Como viajamos com as crianças, escolhemos um hotel bem “na cara do gol”, na Rue Maréchal Foch. Ficamos há umas 3 quadras da praia e pertinho da badalada Rue d’Antibes (cheia de lojas maravilhosas, a caminhada pela rua é imperdível). Minha dica é escolher um hotel bem localizado, onde você possa fazer o máximo das atividades a pé: o trânsito em Cannes é caótico e realmente não há necessidade de carros para conhecer seus principais pontos turísticos. Como em muitas cidades francesas, as ruas são bem estreitas e a quantidade de pessoas e carros é maior do que cidade consegue comportar. Sem contar que muitos hotéis não possuem estacionamento próprio (estamos na Europa, lembra…), e os preços dos estacionamentos de rua são trés cher, como diriam os franceses.

Como bons aventureiros que somos, chegamos na cidade, logo trocamos de roupa e fomos ao que interessa: bater perna. Famintos, paramos num Irish Pub para fazer uma boquinha (deliciosa por sinal). De lá, partimos para a orla, a maior atração da pequena cidade costeira – lindinha, charmosa e lógico, lotada. O passeio pela La Croisette é obrigatório: com vistas maravilhosas da baía, muita história e glamour.

Mais ao final da tarde, paramos para fazer uma de nossas atividades preferidas enquanto estamos “nos estrangeiros” como diz minha sogra – “people watching”- simplesmente sentar a toa na vida, para ver o povo passar aproveitando o melhor do verão francês. É impressionante, o quanto você aprende prestando atenção em pequenos detalhes do cotidiano de uma cidade. Nossos meninos se divertiram muito: um parquinho de diversões instalado bem em frente a praia, com direito a carrossel, carrinho de bate-bate e pula-pula. A bagunça ainda contou com algodão doce, batata frita e crepes. Não preciso dizer que as crianças amaram Cannes, certo?

No dia seguinte, estávamos de volta à praia, e fizemos um passeio com um trenzinho chamado de “Trem do Cinema” (Le Petit Train du Cinéma) que nos levou aos pontos turísticos mais interessantes de Cannes, com narração em vários idiomas – para minha surpresa, até em árabe. Passamos pelo mercado provençal Forville, cidade medieval de Le Suquet (com vistas espetaculares de toda a cidade), La Castres e Teatro Comboio.

Foi muito gostoso andar naquele trenzinho e passar pelas ruelas da cidade – que talvez nem tivéssemos conhecido se não fosse o itinerário do tour. Os meninos, mais uma vez, claro, amaram o passeio no trenzinho, que eles chamaram de “Thomas” – um dos seus desenhos preferidos.

Antes conhecida por ser cobiçada por príncipes e princesas, Cannes é uma cidade que vale a pena visitar. Seus restaurantes, cafés, praias, hotéis… os causos dos artistas que por lá já passaram geram uma fascinação quase que mágica em quem tem a oportunidade de conhecer e aprecia o charme especial que o lugar tem a oferecer. Eu, que sou apenas uma plebeia (com nenhum tiquinho de sangue real, mas uma cinéfila confessa), posso dizer que me senti um pouquinho “diva”, mesmo que por alguns instantes, visitando a cidade que recebe todos os anos o maior festival de cinema do mundo.

Cannes lindinha me espere que eu volto certamente… À bientôt!

By Carla F.

Fotos by Vidal F.