Hoje no Carioca Travelando tem Istambul Parte 2: o lugar é tão lindo e cheio de lugares bacanas para visitar, que não deu tudo em apenas um post. Aqui conto um pouco sobre o Grand Bazaar, Praça Taksim, Cruzeiro pelo Bósforo, as Delícias de Istambul e sobre a mística dança tradicional dos Derviches. Conforme prometido, você confere agora Istambul Parte 2 :)
Grand Bazaar
Esse mercado não tem esse nome à toa – É realmente giganteeesco! O Grand Bazar em Istambul é um dos maiores mercados cobertos do mundo. São mais de 5000 lojas espremidas entre 60 ruas, que oferecem de tudo um “muito”. Tudo isso na compania de muitos, muitos (eu disse MUITOS?) turistas. Lá você encontra jóias, tapetes, bordados, cerâmicas artesanais, especiarias e todo e qualquer tipo de souvenir da Turquia.
Entrada do Grand Bazaar |
O Bazar é um importante centro comercial desde 1461. Foi ampliado no século XXVI, durante o reinado do Sultão Suleiman – “o Magnífico”, e mais recentemente :), passou por uma grande restauração em 1894 após um terremoto.
Algo que já tinha lido antes de visitar Istambul e que deu muito certo em grande parte das minhas comprinhas, foi barganhar pesado. E vou te falar: os Turcos são mestres nessa arte. Em alguns poucos lugares, eu bem que tentei, mas o preço era fixo e ponto. Quando não tinha desconto eu chorava uma lembrancinha de quebra. Mas na maioria dos lugares, eu conseguia negociar bastante e fechava a venda com um precinho camarada. Achamos os Turcos muito simpáticos: sempre muito atenciosos com as crianças, e os comerciantes sempre puxando assunto, sendo muito gentis e claro, te oferecendo muito “çay” (chá), para assim puxar uma conversa e quem sabe fechar uma venda. Então quando o assunto é a arte de conquistar um cliente, tiro o chapéu para os Turcos. Mas fique esperto com isso, caso contrário você vai acabar trazendo a cidade inteira para casa (quase o meu caso). Eu achei tudo lindo… É com certeza, um paraíso para os “shopaholicos”.
Eu adoro o olho turco… eu trouxe pra casa brinco, cordão, pulseira, lenço, imã de geladeira, etc, etc… o olho gordo passa longe daqui de casa ;) |
No Grand Baazar ficamos impressionados com a quantidade de comerciantes Brasileiros: “Tá dominado, Tá tudo dominado!” Você vê várias lojas com a bandeira do Brasil e os funcionários dizem com orgulho: “meu chefe é Brasileiro!”. Por essa, sinceramente, eu não esperava. Que surpresa boa!
Tá dominado! |
O Grand Baazar é imperdível. Indo à Istambul reserve uma manhã ou uma tarde inteira para conhecer esse pedaço tão importante da história e cultura de Istambul. E é claro, fazer umas comprinhas.
Nota: No Grand Bazaar, percebi inclusive, o que considero o maior mercado de material falsificado que já vi na minha vida! Eu fiquei impressionada com a quantidade de sapatos, roupas e muitas, muitas bolsas falsas. Eu particularmente já passei por uma experiência com uma bolsa assim quando ainda morava nos EUA, e não compro mais. Como diz o ditado: “bonitinha mas ordinária”. Então, depois dessa, eu prefiro juntar um pouco mais e comprar algo que vá durar bastante. Mas voltando ao assunto, eu já viajei um bocado e nunca vi nada igual como em Istambul. São muitos produtos falsificados e tudo ao ar livre, comercializados tranquilamente. Eu fiquei boquiaberta!
Praça Taksim
Considerada o coração da Istambul moderna, a praça Taksim (que significa “divisão” ou “distribuição”), ganhou atenção mundial devido aos protestos políticos realizados pelos turcos nos últimos tempos. Lá se encontra a estação central da rede de metrô de Istambul, e também o Monumento da República, que foi inaugurado em 1928.
Monumento da República |
A praça Taksim é um dos lugares mais populares entre os turistas que visitam Istambul. A Avenida da Independência, mais conhecida por lá como “Istiklal Caddesi, é uma longa rua com diversas lojas e restaurantes. É nessa avenida também que funciona um bonde nostálgico, que conecta a pra ça Taksim à praça do Túnel. Se quiser dar uma voltinha no bonde, você poderá comprar os tickets com o próprio operador por menos de $1 dólar.
O Bonde nostálgico na Avenida da Independência |
Durante nossa visita, a praça e a Avenida da Independência estavam lotadas de turistas e locais que caminhavam por ali. Na verdade vimos uma multidão de pessoas por lá, e nos sentimos quase que no “calçadão de Madureira” (quem conhece esse pedacinho querido do subúrbio do Rio, sabe do que eu estou falando ;). Era uma linda manhã de Outono, e o clima era de tranquilidade apesar dos últimos incidentes. Conhecemos a praça e a Avenida, caminhamos um pouco, tirarmos nossas fotos, e logo voltamos todos para Sultanahmet.
Avenida da Independência lotada! |
Cruzeiro no Bósforo
O cruzeiro pelos dois continentes, Europa e Ásia, já estava em nosso roteiro. Durante toda a nossa estadia em Istambul vimos vários vendedores de rua oferecendo os passeios de barco pelo Bósforo. Como já falei aqui, os vendedores turcos são mestres na arte do comércio, e sabem insistir e puxar assunto para começar uma venda como ninguém.
Já íamos fechar tudo direto com o hotel – que oferecia o passeio, mas é aí que está o pulo do gato: o hotel oferecia o mesmo passeio, só que ±4x mais caro! Inacreditável, né? Mais é isso mesmo. Foi então que por curiosidade, resolvi dar papo para esses vendedores de rua e pasmem: fizemos o mesmo passeio pagando 25% do preço inicial que o hotel nos cobrou – negociando é claro ;). O mesmo passeio, exatamente igual, e muito provavelmente com a mesma empresa de turismo – já que o hotel é apenas um intermediário. Portanto viajantes, fica minha dica valiosa é “um olho no padre, o outro na missa”. Sei que vai ter momentos que você vai querer mandar os vendedores irem “catar coquinhos” (eles são muitos, e acreditem, vendem tudo, aparecem do nada, toda hora! Surpreendentemente, muitos falando perfeito português!), mas não deixe de dar, pelo menos um pouquinho, de atenção à eles. Escutem, e claro, sejam educados. Foi dando ouvidos a um desses vendedores que nos demos super bem, e o passeio pelo Bósforo foi maravilhoso.
A “Segunda” ponte que liga a Europa a Ásia |
O Bósforo que em turco se chama “Istambul Boğazı”, é o estreito do nordeste do Mar de Mármara, que liga esse mar com o Mar Negro. Inclusive, ontem 29 de Outubro de 2013, Istambul estava em festa para a inauguração do metrô submerso que ligará a Ásia à Europa, e passará por debaixo do Bósforo. Essa obra irá beneficiar em torno de 2 milhões de pessoas que fazem esse percurso diariamente. A construção começou em 2004, e apesar de algumas críticas e atrasos, fica agora em 2013 pronta – ou quase. Agora terei que voltar a Istambul só para andar nesse metrô… – que sacrifício… #sóquenão :)
Dá-lhe Turquia – Destaque na CNN |
De extrema importância estratégica, econômica e militar, o Bósforo teve por duas vezes um papel crucial na história de Istambul: primeiro na guerra Russo-Turca (1877-1878), e durante a Primeira Guerra Mundial, quando em 1915 as forças aliadas atacaram os Dardanelos. Hoje, graças a Convenção de Montreux, o Bósforo é reconhecido como rota de navegação internacional. A Turquia porém, ainda retén direitos de acesso ao tráfego naval da região.
Vista do Bósforo |
Duas pontes ligam a Europa à Ásia. A primeira ponte sobre o Bósforo é conhecida como Ponte do Bósforo (Boğaziçi Köprüsü, em turco), e a segunda Ponte Fatih Sultan Mehmet, que foi concluída em 1988. Uma curiosidade: entre os moradores, as pontes são chamadas de “primeira” e “segunda” ponte. Simples assim!
Com vistas espetaculares durante todo o cruzeiro, pontualmente detalhadas pelo guia que nos acompanhava à bordo, vimos palácios de mármores, igrejas, mesquitas, antigas vilas com arquitetura otomanas ao lado de mansões e apartamentos modernos. Também vimos a Fortaleza Rumeli: um lugar histórico, construído para controlar e proteger o o acesso ao Bósforos. Sem dúvidas, um exemplo único de arquitetura militar. Valeu muito a pena o passeio. Uma experiência singular, entre dois continentes, recheada de história e paisagens inesquecíveis.
Delícias de Istambul e Baklava
Istambul: lugar bom para se comer bem! Em cada esquina uma delícia local era oferecida pelos vendedores de rua: sucos fresquinhos de romã (não deixe de tomar, especialidade deles!), muito milho verde, pipoca, bala colorida local, sorvete turco (delícia!) e muita, muita donër – tipo uma shawarma (adoro!).
Um dos muitos, muitos vendedores de suco de romã feito na hora |
Costumamos dizer que a comida típica que experimentamos por lá, em geral, foi kebab com alguma coisa, ou alguma coisa com kebab (esse “alguma coisa”, quero dizer arroz, tomate, batata frita, alguns legumes). O pão oferecido como entrada pelos restaurantes foi sempre fresquinho e quentinho. Com húmus, que eles turcos fazem muito bem, fica divino.
Ah! Outra delícia que você não pode deixar de provar é a sopa de lentilha… com o friozinho que fazia durante noite, caía super bem. A comilança turca em geral foi muito bem-vinda e agradou a família toda.
Ah! Outra delícia que você não pode deixar de provar é a sopa de lentilha… com o friozinho que fazia durante noite, caía super bem. A comilança turca em geral foi muito bem-vinda e agradou a família toda.
Efes: a cerveja tradicional, made in Turquia. Tem que provar, delícia! |
Ahhhh o baklava… estava eu, sábado de manhã na preguiça, em casa assistindo ao noticiário da CNN. De repente começa um dos meus programas favoritos, o CNN-GO. E o tema desse episódio era sobre Istambul e suas delícias. Um desses quitutes locais se chama “baklava”, e eu confesso que fiquei com vontade de naquele momento, direto do sofá da minha sala, de me tele-transportar para o bairro de Karakoy em Istambul e saborear aquela maravilha.
A loja do baklava mais gostoso do mundo, sempre lotada! |
O baklava é um doce tradicional de origem Otomana, feito com várias camadas de massa folhada – esse em particular com 96 (isso mesmo! 96 camadas!), pistachos, muito açúcar, mel, manteiga derretida… enfim… um pecado calórico dos deuses!
Yummy! Baklava e çay”, bem tradicional |
E a melhor baklava de todo o globo só se encontra no Karaköy Güllüoğlu, que foi fundado em 1949 por Hacı Mehmed e é reconhecida por fazer o melhor baklava do mundo, que fica de carro de Sultanahmet, aproximadamente uns 5 minutos cruzando a ponte Gálata. Pegamos um táxi e fomos provar dessa iguaria Otomana. A loja é simplesmente um império das baklavas: várias variações, sabores, tamanhos e até as versões dietéticas e sem glúten… tem baklava pequena, grande, para levar, e eles até entregam internacionalmente – acredita!? E a medida é por kilo! Pedimos a nossa com o tradicional “çay” – chá de maçã turco para acompanhar, e lá mesmo nos esbaldamos da maravilha Turca. Devoramos tudo e tivemos que pedir mais para levar – tô comendo uma agorinha mesmo – tá com água na boca? Visita Istambul!
As origem vem de longa data |
Do momento que chegamos até sairmos, a loja estava abarrotada de gente que não parava de chegar de carro, a pé e de táxi – tinham filas de vans e táxis ao longo da rua, esperando seus clientes se deliciarem com as baklavas e retornarem para explorar a encantadora cidade. Se você foi à Istambul e não comeu da Baklava no Güllüoğlu, você vai ter que voltar a Istambul, pois sua viagem não foi completa.
Dança Tradicional dos Derviches
Uma parte da riquíssima cultura Turca, com tradição de mais de 800 anos é a dança tradicional dos Derviches. Com um complexo repertório musical chamado “ayin”, a dança é na verdade uma cerimônia, amplamente conhecida por seus dançarinos rodopiantes que parecem entrar num verdadeiro transe espiritual durante sua performance. A cerimônia que é chamada “Sema”, representa a mística jornada espiritual do homem entre mente e espírito, que ao decorrer do ritual se unem a perfeição através do amor unido à dança.
O Derviche e sua linda dança |
Tivemos a oportunidade de ver de perto essa dança enquanto jantávamos no Mesale Restaurante e Café (que fica no Arasta Bazaar), em Sultanahmet. O restaurante é um dos lugares em Istambul que oferecem o show dos Derviches durante o jantar.
Outro lugar que você também poderá assistir ao show dos Derviches diariamente, é o Hodjaspasha Dance Teather (confira os horários e maiores informações no site diretamente com deles).
Simplemente Turquia! |
Eu sempre tive muita curiosidade de saber o porque dessa dança-ritual e admito que ao assistí-la de pertinho, fiquei arrepiada e ainda mais curiosa. Ver os dançarinos rodopiarem num estado profundo de meditação, ao som da melodia, foi uma experiência única.
Essa tradição foi proclamada Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2005. Indo à Istambul não deixe de ver a dança tradicional dos Derviches, é sensacional.
Aguardem que no próximo post eu conto como foi o meu banho tradicional turco, o famoso, Hamman… foi uma experiência e tanto… Até já ;)
by Carla F.
Fotos by Vidal e Carla F.
Morgana says
Amei sua postagem, adoro seguir seu blog. Continue assim, pois acredito que bastante pessoa acessa ele. Estou ansiosa para ver mais :)
Franca says
Excelente explicacoes, riqueza de detalhes…, curiosa para ver mais… Rsrsrsrs
Bjao
Carla Ferreira says
Amiga, adoro ver os seus comentários aqui. Preciso providenciar a sua carteirinha do Carioca Travelando rsrsrs.
Um Beijão :)