Depois de conhecer Bangkok, Phuket, passar uns dias na ilha paraíso de Ko Phi Phi, fechamos com chave de ouro nossa visita a Tailândia com Chiang Mai. Com uma população de mais de 200 mil habitantes, a cidade é a segunda maior da Tailândia, depois da movimentada Bangkok.
Chiang Mai (‘Chiang’ = cidade, ‘mai’ =nova), fica localizada entre as montanhas mais altas do pais, a 700km de Bangkok, ao norte.
Por que visitar Chiang Mai?
Nossa vontade de visitar Chiang Mai surgiu depois de ver que a cidade estava praticamente todos os roteiros “must see” na Tailândia. Chiang Mai é famosa por ser a cidade mais interessante do pais, do ponto de vista histórico e cultural.
Dentro da cidade de Chiang Mai existem centenas de templos, que te levam de volta à época da fundação do principado, em uma combinação das culturas Birmânias, do Sri Lanka e do império Lanna. É um lugar diferente de tudo o que irá ver na capital Bangkok, ou nas praias paradisíacas do Sul. Dizem que Chiang Mai é uma cidade com coração, já que abriga milhares de Birmaneses refugiados por lá. Eu posso traduzir Chiang Mai assim: muito verde, montanhas… muita natureza, cultura, tradição, comida boa e muita, muita história.
Como chegar e onde ficar?
Saindo de Bangkok, pegamos nosso vôo para Chiang Mai. A viagem foi super tranquila, mais ou menos quarenta minutos de vôo. Resolvemos ficar no aconchego de um lugar chamado Secret Garden. O local é no estilo “pousada” que conhecemos no Brasil. Já no aeroporto fomos recepcionados por um funcionário do “Secret Garden” que estava a nossa espera para o translado. Chegando lá, nós ficamos apaixonados: um ambiente 100% zen, muito verde, pássaros, bichinhos… nos sentimos literalmente em casa. O nosso bangalô era enorme, espaçoso e aconchegante. A pousada é administrada por uma querida família, sendo o pai alemão, a mãe tailandesa e a filha do casal. Uma equipe de locais os auxilia com o restante das tarefas do hotel. É um ambiente extremamente familiar, que nos transmitiu muita paz e tranquilidade. Eu recomendo muito. E voltando à Chiang Mai, fico por lá novamente.
Logo que chegamos o dono da pousada nos recomendou ir ver a famosa feira que acontece todos os domingos no centro de Chiang Mai. Partimos de ônibus – nos queríamos experimentar bem a cultura de Chiang Mai. Ao chegar, provamos as delícias das barraquinhas de rua: muitos peixes, camarões, mariscos, frutas frescas, quitutes locais… foi difícil parar de comer!
Depois da nossa “boquinha”, passeamos pela feira de artesanatos, que acontece todos os domingos das 4 da tarde até meia noite (Walking Street Market). A feira começa na Thapae Gate e vai ate a estrada Ratchadamnoen. A rua fica totalmente fechada para o trânsito e é um lugar indispensável para fazer comprinhas, socializar e ver bem de perto a cultura local de Chiang Mai. Quando estivemos por lá a feira estava LOTADA. Muitos turistas de todas as partes do mundo. A feira tem roupas feitas a mão, bolsas, quadros, souvenires, enfeites… um mais lindo que o outro. A visita é imperdível!
Walking Street Market |
Juntinhos voltando de tuk-tuk para o hotel |
Acampamento dos Elefantes
No dia seguinte, contratamos os serviços de um motorista com guia (vimos tudo com a pousada), para ficar a nossa disposição. Nossa idéia era ver o show dos elefantes, conhecer famosa tribo das mulheres com os pescoços longos (Long Neck Tribe), e visitar o santuário dos tigres. E assim fizemos.
Chegamos na fazenda dos elefantes (Maesa Elephant Camp), nos acomodamos nos nossos lugares para assistir ao espetáculo. E que espetáculo! Os elefantes, dançam, jogam futebol (com direto a golaço e muito mais), e ainda pintam quadros lindos. Isso mesmo! Os elefantes pintam quadros. Ao final, não resistimos e compramos um quadro feito por um elefantinho para decorar a nossa sala.
Tribos Refugiadas em Chiang Mai
Após o show dos elefantes, fomos ver a famosa tribo das mulheres do pescoço longo (conhecidas como mulheres Karen). Na verdade o local abriga diversas tribos (Tribo Karen, Tribo Lisu, Tribo Palong, Tribo Akha), que são originarias de Burma, Myanmar, e que agora vivem refugiadas na Tailândia, por conta da guerra civil.
Todas as tribos que tivemos a oportunidade de visitar por lá possuem uma rica cultura de tradições e artesanatos próprios. Visitando o local é possível comprar suas belas artes e dessa maneira ajudá-los. As tribos vivem em casas de bamboo e palha, e se alimentam das plantações que cultivam, dos animais que criam e dos artesanatos que são comprados pelos turistas.
Eu, assim como a maioria dos turistas, fui atraída ao local pela curiosidade das mulheres de Karen e seus longos pescoços. Sempre que vi fotos, e achava aquilo tudo muito curioso. Diz a tradição que essas mulheres começam a usar esses anéis nos pescoços, ainda bem pequenas, aos cinco anos de idade. A primeira troca do colar acontece aos oito anos, e depois disso a troca acontece todos os anos. Os anéis dourados no pescoço (algumas os usam também nos braços e pernas), são motivos de orgulho e beleza para as mulheres de Karen.
Ninguém sabe ao certo como e porque começou essa tradição. Diz o povo tailandês que uma noite a vila das mulheres de Karen foi atacada por tigres, e matou muitas mulheres – todas atacadas pelos tigres, somente no pescoço. Os anéis seriam uma forma de proteção, e depois desse evento, são usados até hoje, fazendo parte da tradição da tribo das mulheres de Karen. Vale lembrar que a visita ao local é polêmica, e gera muita controvérsia entre os turistas: muitos acham um absurdo a exposição dessas pessoas (incentivada pelo governo Tailandês), e veem o lugar como um “zoológico humano”. Outras pessoas são a favor da visitação dos turistas e da existência deles em Chiang Mai: afinal grande parte da sua renda e sobrevivência vem através da venda dos artesanatos, comprados pelos turistas. Polêmicas à parte, eu particularmente recomendo que você vá e tire suas próprias conclusões. Sem duvida, é muito interessante conhecer um pouco mais dessas culturas e história.
Reino do Tigre
Continuando nosso passeio, fomos para o Tiger Kindgom (Reino dos Tigres). O lugar, como o próprio nome já diz, é dedicado aos tigres. Lá os turistas podem ver, tocar, segurar, abraçar… enfim, ficar bem pertinho desse lindo felino. Logo que chegamos, fomos comprar os nossos ingressos e agendamos nosso horário para o encontro com os tigres: os pequenos para visitar os “baby tigres” e a mamãe para visitar o “tigrão”. Enquanto aguardávamos a nossa vez, fomos almoçar no restaurante buffet de lá. Comida maravilhosa, claro, tailandesa – que eu agora, sou apaixonada. Delícia!
Muita água de coco: uma simples “iguaria” local – suficiente para deixar a carioca muito feliz! |
Chegando a nossa vez de ver os tigrezinhos, entrei com os meninos (um de cada vez e o papai de fotógrafo). As crianças simplesmente amaram a experiência! Apesar de pequeninos, os meninos vibraram ao poder tocar, pegar e ver bem de pertinho esses filhotinhos de tigres tão fofinhos. Em todo o momento os funcionários do local supervisionavam e nos assistiam durante nossa visita. Experiência única!
Depois dos meninos, foi a vez da mamãe encarar o “tigrão”. Fui orientada pelos funcionários à entrar em uma grande jaula, que tinha uma piscina com uma ponte e jardim. Lá dentro, pude ver uns seis tigres adultos e enormes. Contando comigo, vi outros turistas (uns cinco no total), mais os instrutores, de mais ou menos mesmo número ou um pouco mais (cinco instrutores ou seis). Olhei ao meu redor e me dei conta de que eu era a única mulher lá dentro. Bateu um medinho? Bateu um MEDÃO, claro!
Os tigres estavam soltos, sem nenhuma espécie de “coleira”. Alguns pulavam dentro da piscina, quando os instrutores os estimulavam usando um galho com uma folha amarrada na ponta. Que lindos são os tigres. Grandes, majestosos, imponentes. São animais fascinantes. Depois de muito admira-los, chegou a hora de registrar o momento com uma foto ao lado do dono da casa. Lá fui eu para bem pertinho de um amiguinho que estava tirando uma sonequinha depois do almoço. Durante nossas fotos ele acordou… olhou pra mim e voltou a dormir. Imagina esse momento… gelei! Fiz carinho, fiquei pertinho do tigre… de verdade, eu amei. Visitar os tigres em Chiang Mai é uma experiência que você não pode deixar de fazer. Vale muito a pena.
Templos
Chiang Mai é repleta de belíssimos templos Budistas antigos (chamados “Wats”). Os templos já estavam por lá quando a cidade foi originalmente descoberta em 1296. A riqueza de detalhes encontrada na arquitetura dos templos são de deixar qualquer um maravilhado: esculturas e pinturas feitas a mão, são verdadeiros tesouros de Chiang Mai.
Desde a descoberta de Chiang Mai, 700 anos atrás, muitos reis e seus reinados deixaram suas marcas pela cidade construindo templos majestosos. A cidade possui mais de 200 templos que podem ser vistos facilmente. Ainda nos dias de hoje os templos são importante parte da vida dos habitantes de Chiang Mai, que os usam para praticar sua religião diariamente.
Fizemos um passeio guiado pela cidade com a empresa Segway Gibbon. *Para quem não conhece, os Segway são veículos a bateria que funcionam usando o auto equilíbrio do condutor, o que o torna fácil e prático de usar. Inventado nos Estados Unidos em 2001, o segway não possui acelerador ou freio. O controle do veiculo responde ao movimento do condutor e simples inclinação do corpo para frente e para trás. O Segway chega a uma velocidade máxima de 20km/h. O passeio com a Segway foi uma ótima maneira dar um giro pela cidade, além de conhecer os principais templos de Chiang Mai.
Wat Phra Singh
O Wat Phra Singh é um exemplo clássico da arquitetura tailandesa feita em 1345. O templo abriga o Phra Singh Buddha, que é uma escultura muito respeitada pelos seguidores da religião. No complexo do templo, existe um centro de aprendizagem para jovens e adultos que desejam estudar e se tornar monques Budistas. O Wat Phra Singh é um dos templos mais importantes de Chiang Mai.
*Lembrando que para entrar nos templos é imprescindível retirar os sapatos e deixa-los do lado de fora na porta de entrada.
Monumento aos Três Reis
O Monumento aos Três Reis (Three Kings Monument), fica localizado bem no centro de Chiang Mai, na área onde os ex governantes construíram os seus palácios. E representa os três reis: Rei Mengrai (o fundador de Chiang Mai), seu amigo Rei Ramkamhaeng de Sukhothai e o Rei Ngam Muang de Phayao. Conta a história que os três reis trabalharam em conjuntos para projetar a cidade de Chiang Mai.
*Dica: aos domingos a noite, você verá show de fantoches, mágicos e outros artistas de rua mostrando sua arte.
O monumento dos três Reis fica bem em frente ao antigo edifício da Administração Provincial, que abriga o Centro Chiang Mai de Arte e Cultura. O Centro tem exposições mostrando a história de Chiang Mai desde os primeiros assentamentos humanos até Chiang Mai de hoje. (confira a abertura horas e taxas de admissão no site).
Wat Chedi Luang
O Wat Chedi Luang (Templo Big Stupa), é um templo em ruínas que impressiona. Sua construção foi realizada entre os séculos XIV e XV. Conta a história que o Rei Saen Muang Ma (1385-1401), começou a construção do templo em 1391 para abrigar as cinzas do seu pai, Ku Na. A construção foi expandida pelos reis sucessores, atingindo sua arquitetura atual em 1475.
Festival das Luzes
Eu não poderia deixar de falar sobre o famoso Festival das Luzes que acontece em Chiang Mai. Você com certeza já deve ter visto essa bonita tradição em algum filme de Hollywood, e assim como eu, ficou maravilhado com tamanha beleza. O festival é um verdadeiro espetáculo: milhares de lanternas são lançadas no céu de Chiang Mai (as lanternas se chama “khom loi” (tailandês: โคมลอย), que quer dizer: “lanternas flutuantes”), e com elas os tailandeses acreditam lançar para bem longe todos os seus problemas e negatividades.
O festival das luzes na verdade se chama “Yi Peng” (“Yi” significa “2” e “Peng” significa “mês” no idioma “Lanna”), e é realizado todo ano, na lua cheia no segundo mês do calendário Lanna. Os balões brancos são feitos de um tecido fino, tipo papel de arroz. É uma época muito especial para os tailandeses, de celebração e muita festa, que geralmente acontece nos meses de Novembro – podendo variar (se quiser visitar Chiang Mai para o festival, consulte as datas antes de planejar a sua viagem).
Nessa época, toda a cidade e templos são decorados, bem como as casas e jardins. Crianças, casais, famílias, pessoas de todas as idades, todos são convidados a soltar seus balões. Quem já participou diz que é uma sensação muito boa ver sua lanterna se juntar a de milhares de pessoas, e assim vê-la sumir no céu. Nesse momento você se lembra que você é único e importante, e que ao mesmo tempo pertence ao coletivo e universal. Sem dúvidas é uma tradição muito bonita. Há muito amor, diversão e alegria na atmosfera de Chiang Mai. É um momento de muito respeito, meditação e celebração a vida, uma ocasião mais que especial. Onde se comemora a vida, as boas energias, o amor e a gratidão. Indo a Chiang Mai, não deixe de participar desse belíssimo espetáculo – com certeza mais uma desculpa para voltarmos a essa paraíso em breve. Nós amamos tudo em Chiang Mai!
By Carla F.
Fotos by Carla & Vidal F.
Tatiane Dias says
Oi, Tudo bem?!
Poderia me tirar uma dúvida.
Vocês participaram do festival de luzes?! Compraram os tickets de USD 100? Com que agência?!
Obrigada pela atenção
Carioca Travelando says
Oi Tatiane, o festival das luzes geralmente acontece em novembro e nós visitamos a Tailândia em meados de dezembro.
Achei um post em inglês bem completinho sobre os festivais, espero que te ajude. Dá uma olhada: http://www.thaizer.com/festivals/the-mass-sky-lantern-release-at-mae-jo-chiang-mai-is-not-the-yi-peng-festival/
Maria Luiza Verissimo says
Olá,
Me chamo Maria Luiza, sempre dou uma olhadinha no seu blog para ler sobre o meu proximo destino.
Esse ano a viagem já esta marcada (Seychelles), mas ano que veem vou a Myanmar e Thailandia, meu marido que muito ir ver os Tigre, porém eu tenho receio de que os animais sejam sedados para que os turistas possam ter um contato tão proximo. Eu gosto de ser uma turista com bons preceitos, e jamais faria mal a um animal só para ter boas fotos.
Gostaria de saber se eles dão algum tipo de instrução com relação a isso ou se eles são “declaradamente” sedados?
Att.
Maria Luiza
Carioca Travelando says
Oi Maria Luiza, quando fomos ver os tigres na Tailândia não lembro de ter visto em nenhum lugar que os tigres eram sedados.
Até porque, se nós víssemos ou soubéssemos de algo assim, com certeza não visitaríamos.
A impressão que tivemos quando visitamos os tigres é que eles eram bem tratados, e estavam até bem agitados. Mas isso foi o que eu vi.
Seychelles é um paraíso, pra quem curte praia e natureza é um viajão!
Um grande abraço e muito obrigada por acompanhar o Carioca Travelando :)
Franca says
Como sempre arrasou!!!! Adoro suas plubicacoes…
Estou ansiosa para o que vira…, sempre uma surpresa gostosa das suas viagens, com dicas excelentes e conteudos que agregam valor :-)
Saudades… Bjao
Aidenia